Pintar em plein air é levar o coração para fora do ateliê. A técnica convida o artista a observar o instante em movimento – a sombra que se alonga, a brisa que muda o reflexo da água, a cor do céu que jamais se repete. Não se trata apenas de retratar a cena diante dos olhos, mas de acolher o diálogo entre natureza e sensibilidade. Cada pincelada é atravessada pelo tempo que passa, pelo som da vida ao redor, pelo silêncio do próprio olhar.O plein air é, acima de tudo, a arte de pintar a vida como ela pulsa: imprevisível, luminosa e fugaz.
Quando pinto em plein-air, sinto que o mundo se torna meu ateliê. O vento vira companhia, a luz desafia, e cada detalhe da paisagem me revela algo que, dentro de quatro paredes, passaria despercebido.
Sair do ateliê é deixar para trás o conforto e aceitar o imprevisível: às vezes a pintura floresce em harmonia, outras vezes não alcança o que imaginei. Mas mesmo assim, cada tentativa carrega em si uma lição, um novo modo de ver.
É nesse diálogo com a natureza que aprendo a ser mais artista e mais humana. Porque o plein air me ensina que a arte não está apenas no resultado final, mas no instante vivido, na presença plena e na delicadeza de observar o mundo em constante movimento.
