Como artista, compartilhar a minha arte com o público é sempre sensível. É despir-se das máscaras sociais, é dizer sem pudor o que me toca e o que me fere.
Demorei muito para encontrar a minha “fonte de inspiração” na hora de criar. Mesmo percebendo que até uma folha seca no chão, algo tão cotidiano, me trazia uma admiração absurda em relação aos tons, dobras, volumes e padrões.
Aos poucos, por ser um pouco metódica, fui desenvolvendo uma rotina de criação. Gosto das manhãs, gosto das cores nela, dos pássaros, gosto do cheiro do café. Então, por gostar tanto, é o momento que separo para pintar, para estudar, para me permitir experimentar. Celebro quando feliz com o resultado ou encaro como necessário para poder melhorar.
Para mim, um bom artista é um bom observador, que consegue observar o meio que o cerca, mas acima de tudo, consegue se observar nesse meio.
Tive meus hiatos na arte. Que, apesar de dolorosos, necessários para me lembrar que eu preciso da arte muito mais do que ela precisa de mim. E, por isso, fazer parte do Mordida foi tão sensível. Pela primeira vez, tive a coragem de compartilhar um pouquinho mais sobre coisas íntimas que refletem nas minhas obras.
Obrigada a todos os presentes e a todos que ajudaram na organização. Não construímos nada sozinhos, especialmente arte.





